Fadiga de reuniões on-line permanece no modelo híbrido
O modelo híbrido de trabalho não está conseguindo minimizar um problema que profissionais experimentaram, durante a pandemia, com relação ao excesso de reuniões on-line. A sensação de fadiga com a sobrecarga de interações virtuais permanece alta, com relatos de desconfortos que vão desde dores no pescoço até a inutilidade de reuniões, e já leva profissionais a considerarem, inclusive, sair de seus empregos em busca de maior bem-estar.
É o que indica uma pesquisa, encomendada pela Cisco, que ouviu 1.408 executivos de várias empresas no mundo (sendo 12% da América Latina, incluindo brasileiros),e que utilizam plataformas diversas para reuniões virtuais.
No estudo, 95% dos executivos relataram sentir fadiga de videoconferências – sendo que 93% deles afirmaram passar pelo menos duas horas em vídeos todos os dias e um terço com metade do seu dia de trabalho consumido por chamadas de vídeo. Essa forma de trabalho e interação tem um custo, indica o estudo: oito em cada dez entrevistados disseram terminar o expediente com dores e desconfortos . As principais queixas são dores no pescoço e nos ombros (37%), dores de cabeça e visão embaçada (31%), tensão muscular (22%), zumbido nos ouvidos (12%), e rouquidão na voz (11%).
Há vários fatores que estão levando a essa fadiga, analisa o estudo. E o primeiro deles é um aspecto técnico. “Cerca de 70% dos entrevistados que participam de reuniões o fazem apenas através do notebook, o que pode forçar a pessoa a trabalhar em uma posição não recomendada e causar dores”, afirma Marcelo Moreira, líder de engenharia de colaboração da Cisco na América Latina. Menos da metade dos entrevistados, aliás, afirma ter o suporte tecnológico necessário para trabalhar remotamente.
Outro aspecto é em relação ao ambiente no qual essas reuniões ocorrem. Executivos se mostram frustrados por não conseguirem realizar networking no formato não presencial (42%), mas se sentem incomodados com o barulho de fundo(37%), má qualidade do som (34%) e da definição da imagem (32%). Há ainda um terceiro fator que envolve cultura organizacional e o questionamento de quantas reuniões são necessárias para o trabalho ser realizado e ser produtivo.