Desemprego tem menor taxa até novembro desde 2014 com criação de vagas formais e informais
O mercado de trabalho do Brasil voltou a registrar recuo da taxa de desemprego no trimestre móvel até novembro, com aumento da população ocupada com trabalho em vagas formais ou informais e avanço da renda média.
É o que apontam dados divulgados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Conforme o órgão, a taxa de desemprego foi de 7,5% até novembro, o menor patamar para esse período desde 2014, quando o indicador marcava 6,6%.
O novo resultado veio em linha com as expectativas do mercado financeiro. A mediana das projeções dos analistas consultados pela agência Bloomberg também era de 7,5%.
O desemprego estava em 7,8% no trimestre encerrado em agosto, o mais recente da série histórica comparável da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
A população desempregada foi estimada em 8,2 milhões até novembro, o que representa estabilidade, por não ter uma variação relevante em termos estatísticos, segundo o IBGE. O número era de 8,4 milhões nos três meses imediatamente anteriores.
Nas estatísticas oficiais, a população considerada desempregada reúne pessoas de 14 anos ou mais que estão sem trabalho e que procuram oportunidades. Quem não está buscando vagas, mesmo sem estar empregado, não faz parte desse contingente.
POPULAÇÃO OCUPADA ACIMA DE 100 MILHÕES
Já a população ocupada, que estava trabalhando, voltou a bater recorde em termos absolutos. No trimestre até novembro, o contingente foi estimado em 100,5 milhões, o maior desde o início da Pnad, em 2012.
Isso significa um crescimento de 0,9% (ou mais 853 mil pessoas) ante agosto (99,7 milhões). A alta foi de 0,8% (ou mais 815 mil) em um ano, frente ao trimestre até novembro de 2022 (99,7 milhões).
A população ocupada já havia ultrapassado a barreira de 100 milhões no trimestre até outubro (100,2 milhões). Esse período integra outra série de trimestres móveis da Pnad.
Segundo o IBGE, a queda da taxa de desemprego até novembro é explicada pela expansão do número de ocupados, seja em postos formais ou informais.
“O resumo é que o mercado de trabalho mantém a trajetória positiva vista ao longo de 2023. A taxa de 7,5% surpreende de maneira positiva, se olharmos para o que era esperado no início do ano”, diz o economista Rodolpho Tobler, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
Na visão do pesquisador, o quadro reflete o crescimento da atividade econômica ao longo de 2023. Projeções indicam que o PIB (Produto Interno Bruto) fechará o ano com alta em torno de 3%.
A economia, porém, tende a desacelerar em 2024, o que deve frear o ritmo do mercado de trabalho, aponta Tobler. Ele espera uma taxa de desemprego mais próxima de 8% ao longo do próximo ano.
“A tendência é o mercado de trabalho andar mais de lado, porque a economia deve desacelerar.”
Fonte: Folha de São Paulo