DR. HÉLIO GOMES COELHO JÚNIOR, FORTE VOZ EM DEFESA DA TELEMEDICINA
O sócio sênior do GCB, presidente do Conselho de Presidentes de Institutos de Advogados do Brasil, professor de Direito e presidente do Instituto dos Advogados do Paraná, Hélio Gomes Coelho Junior concedeu uma entrevista ao blog do jornalista paranaense Aroldo Murá, esclarecendo os motivos pelos quais é totalmente a favor da Telemedicina, recentemente objeto de Resolução do CFM:
– Afinal, que é telemedicina?
“A telemedicina, que podemos definir como práticas médicas feitas à distância ou remotamente, não é invenção de hoje, na medida em que a relação entre médico e paciente já deixou de ser presencial tem muito tempo, desde quando inventado o telefone fixo por Graham Bell no século XIX.
A inteligência humana inventou e continua inventar novos meios de comunicação, até pouco impensável, como celular, smartphone, tablet e a rede mundial de computadores, que foi além pois colocou a poucos centímetros das pessoas o conhecimento humano.”
– Então, a telemedicina não é nenhuma novidade preocupante…
“A inteligência artificial tem colaborado no progresso em todas as áreas de produção e conhecimento, sendo largamente aplicada há décadas em serviços básicos e sofisticados e, naturalmente, na medicina, desde o prontuário eletrônico, laudos “on line”, exames por imagens, banco de dados de doenças e pacientes, passando pelo monitoramento à distância e até por procedimentos cirúrgicos via robótica. A literatura mostra muitos diagnósticos, feitos a partir de coleta de dados na América, que são produzidos por médicos na Índia, que trabalham em outro fuso. Um exame despachado às 20h, quando a clínica fecha, pode estar disponível às 08h00 da manhã, quando ela abrir ao público.”
– Então, há muitos argumentos a favor da “novidade”?
“Sim. A ‘tele’ consulta (entre médicos de especialidades distintas e que moram em continentes diferentes), a “tele” assistência de pacientes pela monitoração à distância, os laudos “on line”, os “bancos de dados”, tudo a ajudar médicos a bem cuidar de seus pacientes, que podem ser por eles assistidos em tempo real e presencial pelo modo telemático.
A telemedicina não tomará o espaço da medicina tradicional, aquela da visita ao ano ao médico, mas é ferramenta tecnológica que qualifica a medicina e a põe no patamar da pós modernidade, quando o tempo e o lugar perdem referência.”
– A Resolução 2.227/18 resguarda a Ética Médica.
“Sim, resguarda.
Acho que bem andou o CFM em baixar Resolução sobre o assunto (a de nº 2.227/18), partindo da premissa de que a relação médico-paciente é de rigor, mas amplamente possível o prosseguimento à distância, na porção desejada por eles e segundo permitam a condição física e técnica. Tudo sob os auspícios da ética médica.”
– E quem resistir à Telemedicina será, então, um perdedor?
“Aqueles que resistirem, por certo, ficarão à margem do caminho da evolução. Vamos chamá-los de luditas, operários ingleses que no século XIX destruíram máquinas atormentados pelo desemprego. Escutemos o médico e tomemos o cálice de vinho tinto que recomendam. Quem somos para contrariá-los?”
Fonte: Blog Aroldo Murá