Mercado de trabalho: 96% das novas vagas formais no País são para profissionais com ensino médio
Desde a superação da fase mais crítica da pandemia, o mercado de trabalho tem trazido notícias positivas para a economia brasileira. No entanto, essa melhora está direcionada para trabalhadores com menor qualificação, uma tendência crescente.
Um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revela que 96% das vagas formais criadas no Brasil no último ano foram preenchidas por trabalhadores com ensino médio incompleto ou completo.
Trabalhadores com ensino médio completo representaram a maioria, com 1,3 milhão de vagas, enquanto no extremo superior houve fechamento de postos para profissionais com mestrado e doutorado.
A predominância do ensino médio no mercado de trabalho tem se intensificado nos últimos anos. Isso pode ser atribuído à recuperação pós-pandemia, que afetou mais os brasileiros menos escolarizados, além de indicar desafios na criação de vagas para trabalhadores mais qualificados.
No levantamento da CNC, esse cenário fica evidente. As profissões que somaram mais de 100 mil aberturas de vagas nos 12 meses até agosto deste ano foram: vendedores de loja, trabalhadores nos serviços de manutenção de edificações, escriturários, profissionais da linha de produção e almoxarifes.
Na avaliação de especialistas, a mudança de cenário passa por uma combinação de fatores importantes. O País precisa atrair investimentos, melhorar o seu ambiente de negócios e reduzir a incerteza que cresceu desde 2015, diante do desarranjo das contas públicas e do elevado endividamento.