Quatro estados brasileiros têm menos desemprego que a média de países ricos
O Brasil é o país dos extremos. Um dos retratos é a taxa de desemprego. Em alguns estados, mais de 10% da população economicamente ativa está desempregada. Em outros, as taxas são próximas ou inferiores à média do G7, grupo que reúne alguns dos países mais ricos do mundo.
Em dezembro, a taxa média de desocupação nos países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) foi de 3,9%. No mesmo período, quatro estados brasileiros exibiam índices abaixo desse: Rondônia (3,1%), Santa Catarina (3,2%), Mato Grosso do Sul (3,3%) e Mato Grosso (3,5%). Outras duas unidades da federação registraram desocupação inferior a 5%: Roraima (4,6%) e Rio Grande do Sul (4,6%).
Enquanto isso, os dados do IBGE mostram que nove unidades da federação encerraram o ano com desemprego igual ou superior a 10%, podendo passar de 13% em alguns casos. Na média nacional, a taxa do fim de 2022 foi de 7,9%, a menor em sete anos.
A coordenadora da Pesquisa Nacional por Amostra por Domicílios do IBGE (Pnad), Adriana Beringuy, destaca que um movimento que influenciou na queda do desemprego no país, em especial em 2022, foi a recuperação do contingente de trabalhadores nas atividades de comércio e serviços.
Porém, após dez meses consecutivos em baixa, a taxa de desocupação voltou a subir no início deste ano. A taxa média do trimestre móvel novembro-dezembro-janeiro foi de 8,4%, em resposta ao desaquecimento da atividade econômica a partir dos últimos meses de 2022. O IBGE ainda não disponibilizou dados estaduais para 2023, o que só ocorrerá na divulgação dos números do primeiro trimestre do ano.
Um dos fatores que contribui para o baixo desemprego em alguns estados brasileiros é o agronegócio. As expectativas são favoráveis para este ano. O Bradesco projeta uma expansão de 7% no PIB agrícola e de 1% no PIB da pecuária. E o Banco Central salienta, em seu último boletim regional, que isso deve se refletir no desempenho de outras atividades.