Desemprego fecha 2º trimestre em 6,9%, menor taxa para o período em 10 anos
A taxa de desemprego no Brasil recuou a 6,9% no trimestre encerrado em junho, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O recuo coloca o percentual de desocupados com 14 anos ou mais no país no menor nível desde 2014, quando a taxa também foi de 6,9%. O patamar é ainda o menor de toda a série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), coletada desde 2012, para o período.
O que diz a Pnad
O patamar de desemprego no Brasil é o menor em dez anos. A taxa do segundo trimestre de 2024 é inferior à apurada nos três meses anteriores (7,9%). Já no mesmo período do ano passado, o patamar de desocupados totalizava 8%.
Na comparação entre todos os meses, o desemprego é o menor desde dezembro de 2014. No trimestre encerrado naquele mês, 6,6% da população estava em busca por uma vaga de emprego. O menor percentual da série, de 6,3%, foi apurado em dezembro de 2013.
Indicador aparece abaixo da metade da maior taxa da série. Os números do IBGE destacam que a atual taxa de desemprego caiu 8 pontos percentuais desde o trimestre finalizado em março de 2021. No período marcado pela pandemia de Covid-19, o Brasil tinha 14,9% de desempregados.
Total de pessoas em busca por uma colocação soma 7,54 milhões e o número é o menor desde fevereiro de 2015, quando 7,51 milhões de pessoas não tinham trabalho e procuravam por uma colocação. No mesmo período do ano passado, o volume de desocupados somava a 8,65 milhões. Já no trimestre encerrado em maio deste ano, 7,78 milhões procuravam por emprego no país.
O número de profissionais no mercado de trabalho bate novo recorde, e segundo o levantamento, a população ocupada atingiu 101,8 milhões, maior valor já apurado pela série. O resultado representa um aumento de 1,6% (mais 1,6 milhão de pessoas) no trimestre e 3% (mais 2,9 milhões de pessoas) no ano.
Emprego formal também atinge maior nível desde 2012, o número de funcionários do setor privado (52,2 milhões) renovou o recorde observado nos últimos trimestres. O volume é impulsionado pelo contingente de trabalhadores com carteira (38,4 milhões) e sem carteira assinada (13,8 milhões).
A população fora da força de trabalho segue em 66,7 milhões e, apesar dos recordes, o total de profissionais com 14 anos ou mais que estão fora do mercado de trabalho não teve variações significativas na comparação anual e trimestral. A População Economicamente Ativa do Brasil soma 108,7 milhões de pessoas.
Empregados sem carteira assinada tiveram maior aumento salarial médio, de 8% (+R$ 162) na comparação anual. Na sequência aparecem os trabalhadores por conta própria (7%, ou mais R$ 171) e os funcionários do setor público (6,7%, ou mais R$ 307). Para os profissionais formais a alta foi de 4%, equivalente a R$ 113.
Salários Crescem
O rendimento médio real das pessoas ocupadas foi de R$ 3.214 no segundo trimestre. O valor representa uma alta de 1,8% na comparação com o período entre janeiro e março (R$ 3.258) e de 5,8% ante o mesmo intervalo do ano passado (R$ 3.037).
Massa de rendimentos atingiu o novo recorde da série histórica. Como a evolução dos salários, a soma de todos os rendimentos das pessoas ocupadas chegou a R$ 322,6 bilhões, o maior valor desde janeiro de 2012, período que marca a primeira divulgação da Pnad.
Alta do rendimento é impulsionada pela expansão do número de profissionais.
O que é a Pnad Contínua
Divulgado desde 2012, o estudo do IBGE abrange todo o território nacional. Em suas coletas, a pesquisa avalia indicadores relacionados à força de trabalho entre a população com 14 anos ou mais. O grupo é aquele que integra a População Economicamente Ativa do país.
Os indicadores utilizam as informações dos últimos três meses para a pesquisa. Assim, os dados produzidos mensalmente pela Pnad não refletem a situação de cada mês, mas do desempenho de cada trimestre móvel do ano. Deste modo, os números atuais refletem a situação do mercado de trabalho entre os meses de abril e junho.
Com informações de: Uol