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06/10/2018

TST AFASTA INDISPONIBILIDADE DE BENS DE EMPRESA E DE SÓCIOS EM DISSÍDIO COLETIVO. MEDIDA IMPRÓPRIA EM DISSÍDIO COLETIVO.

A Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do Tribunal Superior do Trabalho afastou a determinação de indisponibilidade dos bens da Fábrica de Serras Saturnino S.A. e de seus sócios ao julgar recurso ordinário da empresa no processo de dissídio coletivo de greve do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo, Mogi das Cruzes. Segundo a decisão, a determinação é incompatível com a natureza da ação.

 

Indisponibilidade

 

A indisponibilidade de bens foi determinada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP). Em razão do atraso no pagamento de salários e com o objetivo de garantir a futura execução de parcela de natureza essencialmente alimentar, o TRT considerou necessário determinar a indisponibilidade de bens pelos meios e convênios disponíveis.

 

Recuperação judicial

 

A empresa recorreu ao TST sustentando que, por se encontrar em recuperação judicial, a determinação de bloqueio de bens deveria ser suspensa. Argumentou que o plano de recuperação judicial foi homologado em maio de 2016, em processo que tramita perante a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, anteriormente, portanto, ao bloqueio dos ativos da empresa.

 

Caráter condenatório excepcional

 

Segundo o relator, ministro Ives Gandra Martins Filho, as sentenças de dissídio coletivo de greve, além do cunho declaratório quanto ao caráter abusivo da greve, e constitutivo, quanto à discussão das condições de trabalho, podem também, apresentar, excepcionalmente, caráter condenatório  – com a imposição, por exemplo, de pagamento dos dias de paralisação, a determinação de retorno ao trabalho e a fixação de multa em caso de descumprimento das determinações judiciais.

 

No entanto, ressalvou que, no caso, o acordo homologado entre as partes previa o pagamento de saldo salarial em atraso aos empregados que permanecerão em atividade. Nesse caso, a medida acautelatória (o bloqueio dos bens) não é passível de ser deferida em dissídio coletivo, por ser própria de dissídios individuais.

 

Orientação jurisprudencial da SDC

 

O relator destacou que a Orientação Jurisprudencial 3 da SDC considera incompatíveis as pretensões de arresto, apreensão ou depósito com os dissídios coletivos. “Pela inteligência dessa OJ, verifica-se que a determinação de indisponibilidade dos bens da empresa e de seus sócios, no dissídio coletivo de greve em análise, é medida incompatível com a natureza desta ação “, concluiu.

 

A decisão foi unânime.

 

(LT/CF)

 

Processo: RO-1002210-69.2016.5.02.0000

Fonte: www.tst.jus.br

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